Não me deixa viver em paz. É ele que me tira o sono. Que me lembra, a cada segundo, que preciso ser melhor que todos os outros e que por vezes me engana, fazendo-me pensar que, de facto, sou superior. Não basta ser boa. É preciso ser o máximo.
A razão é inimiga do meu orgulho, cheia de ciências, ela enterra as minhas vaidades e lembra-me, a cada segundo, que continuo a ser sempre inferior. Não basta acusar-me de ser um ser humano comum, a razão faz-me olhar ao espelho e perceber que sou pior. Pior que o meu vizinho, do que um estranho.
Sobra-me idolatria ao espelho, os olhos que vêem. Falta-me equilíbrio, satisfação e contentamento.
Sou arrogante, prepotente e por vezes muito infeliz com isso. Mas sou também deliberadamente egoísta para mudar.
É por culpa dele que às vezes me torno maníaco-depressiva.