Admiro-te, continuas a correr atrás dos teus objectivos, gosto de conversar contigo...mas eu acho que precisas elaborar melhor os teus argumentos.
A conversa continuou a partir disto, mas eu fiquei presa a este comentário: " precisas elaborar melhor os teus argumentos".
Tenho o hábito de me apegar às críticas, é mais do que considerá-las, é tomá-las como ponto de partida. Parece que as críticas tocam-me duma forma especial. Não estou a conseguir argumentar em relação a este sentimento. Às vezes posso pensar, pensar, passar o dia todo a pensar. Posso vomitar metafísica por todos os poros, até enquanto lavo os dentes e mesmo assim não consigo alcançar os meus argumentos. Os meus pensamentos atropelam-se. Em tempos de incertezas a "precisão" cai por terra... acasos ao acaso... Difícil achar o alvo, quando há movimentos desordenados.
Tenho uma ideia, e para defendê-la preciso provar o quanto aquilo faz sentido. Maldito pensamento cartesiano que me acompanha! Temos que entender tudo, não é? Daí essa necessidade de saber aonde tudo começa e aonde tudo acaba. Faz algum sentido?
O facto é que quero aprender a argumentar, mas não consigo organizar os meus pensamentos, não consigo parar de pensar um minuto. Independente da minha vontade.
Agora só me resta ir em direcção a mais uma tentativa. Talvez se fizesse parte do que sou este dom de argumentar, eu poderia conviver melhor com os momentos em que caem sobre a minha pessoa a ira e a reprovação social por deixar o "caminho dos certos". Isto às vezes tem um peso insustentável. Mas o maior problema é que independente das minhas escolhas, me cobram comportamentos extraordinários, como esta tal capacidade de argumentar.
Acontece que por um lado a simplicidade dos ignorantes me atrai. Tenho pena e pavor dos que vivem para deixar heranças literárias, filosóficas, ou tentativas outras, últimas de comunicar sentimentos à eterna surdez do mundo.