As coisas na nossa vida acontecem por acaso ou somos pré-destinados a vivê-las? Será verdade aquela história de que um raio jamais cai no mesmo lugar ? Eu sinceramente não acredito em coincidências. Acho que tudo está ligado, como em uma teia. Há eventos que acontecem de forma isolada, mas no final, depois de muitos desvios e rodeios, acabam atingindo o seu objectivo. Acredito sim, em livre arbítrio. Temos vários caminhos para escolher, alguns muito difíceis, outros mais fáceis. Mas o resultado vai sempre ser o mesmo. Há pessoas que passam a vida com medo, escondendo-se. Não saem de casa, andam em carros blindados, contratam seguranças... e morrem a dormir, atingidos por uma bala perdida, que os alcança no décimo terceiro andar dos seus seguros e impenetráveis apartamentos, não adianta tentarmos encontrar explicações para factos assim.
A verdade é que, o que tiver que ser, será. Creio que temos uma missão aqui, e um tempo determinado para cumpri-la, e quando esse tempo se esgota, inevitavelmente, temos que partir. Com aquela sensação revigorante de um dever cumprido ou com a desolação e decepção que sempre uma derrota traz. O facto é que nos sentimos bem melhor se acreditarmos em coincidências, porque assim tiramos das nossas costas o peso de nossos erros. Afinal, as coisas aconteceram "por um acaso", não foi culpa de ninguém. Por outro lado, ao crermos no destino, talvez tenhamos a tendência de nos acomodar e pensar: de que adianta eu me esforçar e tentar tornar-me uma pessoa melhor, se o meu destino já está traçado? Se não há nada que eu possa fazer para mudá-lo?Acho que devido à minha grande quantidade de falhas, ainda não alcancei um grau evolutivo suficientemente elevado para ter respostas para essas questões. Penso que chega um momento em que alcançamos um limite, uma fronteira...quando, vencidos pela nossa ignorância perante as coisas divinas, temos que simplesmente calar e aceitar, queiramos ou não. Por isso, para proteger-me das tempestades da vida, procuro sempre abrigos diferentes daqueles que já usei. Quem me garante que os raios da decepção e da ilusão não me atingirão novamente ?